domingo, 14 de outubro de 2012

Fuga

Fugi. Os mediquinhos eram bonitinhos mas todos ordinários. Depois de dar falsas esperanças, me aparece um outro cirurgião diferente do primeiro, novinho e arrogantezinho, que entrou no meu quarto sem bater e me disse assim na lata que eu teria que ser operada.

Fiquei sem fala. Quando a recuperei disse que tudo bem, mas eu tenho direito a uma segunda opinião. E que para ter uma segunda opinião eu teria que sair dali. Ele disse que não poderia me dar alta. Uma voz interior me gritava: "SAI DAÍ AGORA!!!"

Poucas vezes eu escuto minhas vozes interiores, e sempre me dou mal por isso. Desse vez eu resolvi escutar. Ele disse que se eu quisesse ir seria por minha conta e risco e que eu teria que assinar um termo de responsabilidade. Eu falei: "Assino agora!!!" Bem que meu irmão que tinha dado uma voltinha pela clínica constatou que a mesma estava vazia de pacientes.

Veio a enfermeira tirar o soro, veio uma junta de mediquinhos bonitinhos me fazer mudar de idéia dizendo que meu estado era grave. Fizeram terrorismo com meu marido, irmão e filho. Mas eu saí do inferno. Sem medicação sem nada. Não quiseram me prescrever nada.

No dia seguinte procurei Dr. Romeu (nome fictício), o ginecologista que me operou. Contei tudo e ele me indicou um colega cirurgião. O colega viu meus exames e constatou que como meu estado clínico é bom eu poderia ser tratada com antibióticos e talvez não haja necessidade de cirurgia. Pelo menos a curto prazo.

Faz 12 dias que eu saí do inferno. Até agora não morri, contrariando a previsão dos médiquinhos bonitinhos. Claro que vou me cuidar e se tiver mesmo necessidade vou operar. Mas não assim de qualquer jeito.

Semana que vem volto no médico. Estou mais disposta, apesar de deprimida. Ontem até fiz supermercado. Isso é tudo por enquanto.

Um comentário:

picida ribeiro disse...

Ainda bem que vc ouviu sua voz interna. Sabia decisão: a de ouvir e a de acatar rs
Pelo que vc conta vejo ai, interesse em faturar $$,antes de qualquer coisa.
Melhoras! DÊ noticias!